sexta-feira, 20 de abril de 2007

O Longo Caminho do Vinho

Demorei, mas voltei. E vamos ao prometido...
Eu tinha acabado de ler o delicioso Vinho e Guerra, de Petie e Don Kladstrup (que devem ser parentes da minha amiga Adriana e só colocaram esses L e D para disfarçar). O livro é ótimo e nos deixa pensando em quantas pequenas coisas para os outros são enormes para nós. Vale a leitura.
Quando pensamos em vinho, pensamos tradicionalmente em França, Itália e, quando muito, Alemanha. Dos chamados vinhos do novo mundo, lembramos dos EUA (Califórnia, especificamente), Austrália, Chile, África do Sul e, para não dexar os nossos hermanos de fora, Argentina. Mas de onde veio essa bebida que se tornou esse sucesso todo?
O vinho tem origens no oriente, não se sabe bem onde. É difícil precisar quem começou com essa idéia de fermentar o suco de uvo, pois vários povos asiáticos antigos distintos (deu para entender isso aí?) têm registros de bebidas com essas características. Provavelmente, a bebida nasceu por acaso. Alguém esqueceu um suco por um tempo e quando foi beber ele estava fermentado. Bebeu, gostou, não morreu e ainda ficou meio alegrinho, e saiu por aí contando a novidade.
O suquinho fermentado só foi ganhar status de coisa-fina-coisa-boa quando chegou na Grécia Antiga. Os gregos filosofaram muito regados por aquela bebida grená escura. Mas o vinho deles não era muito bom, porque era armazenado em ânforas. Quando os romanos tomaram tudo o que era terra e constituíram o seu império, eles conheceram o vinho grego e passaram a armazená-lo em barris de madeira. Começava ali a consolidação dos métodos atuais de fabricação e, também, a seleção das melhores uvas e dos melhores terrenos para plantio. A região do Império Romano que mais se destacou pela qualidade do vinho produzido foi a que hoje é conhecida popularmente como França.
Para os franceses, o vinho tem uma importância grandiosa. É considerado elemento cultural identificador do povo francês. Eles dão tanta importância ao vinho que fizeram heroísmos na segunda guerra mundial por causa dele. Resumindo: Hitler, quando a Alemanha havia invadido a França, ordenou que fossem transportadas para Berlim todas as garrafas de vinho de alta qualidade que estivessem em território francês. A idéia dele era demonstrar poder e tentar se educar numa bebida mais refinada, pois ele era notório bebedor de cerveja (o que não é demérito algum, como veremos daqui a algumas semanas). Os franceses consideraram isso uma afronta (e era) e fizeram mil e umas para que os alemães não conseguissem levar os vinhos. Contrabandearam, brigaram, enganaram, esconderam. Chegaram a construir paredes falsas para guardar as garrafas e, para que os alemães não percebessem que eram paredes novas, sujavam-nas e aplicavam teias de aranhas recolhidas de outro lugar para dar a impressão de paredes velhas. Entenderam a importância do vinho paras os caras?
Bom e vamos à receita...

MACARRÃO AO MOLHO DE VINHO

Esta receita mistura macarrão, vinho, creme de leite e extrato de tomate. Olhando assim, tem tudo para dar errado. Minha mãe a considera um afronto à boa gastronomia. Mas, na boa, vá por mim e experimente. O sabor é diferente e muito interessante. No popular, é gostoso.
Cozinhe a massa de sua preferência. As massas curtas e com ranhuras (gravatinha, parafuso, penne...) são mais indicadas porque retêm melhor o molho.
Numa panela, coloque um fio de azeite e meia cebola picada. Quando a cebola estiver transparente, coloque 1 lata de creme de leite, a mesma medida de vinho tinto, uma lata pequena de extrato de tomate e meio vidro pequeno de champignons fatiados. Deixe esquentar bem, mas sem ferver. Corrija o sal e sirva sobre a massa. Isso dá para 2 ou 3 pessos. E acredite, fica muito bom.

Na próxima semana vamos falar sobre fast food. E serão duas receitas para você fazer hamburguer e cachorro quente de um jeito diferente. Até lá.